sexta-feira, setembro 03, 2010

O ser humano não se preocupa com a verdade.
"Verdade" é simplesmente um status que as coisas adquirem para confirmar sua legitimidade. O que é uma grande besteira, porque se uma "verdade" for em alguma altura de sua existência considerada "mentira", nada disso é muito válido. A legitimidade das coisas é passageira e circunstancial, deve ser tratada mais como uma ferramenta do que como uma realidade.

É bem óbvio que existe na utilização do factual uma relação de interesses. Não só uma pessoa vai tomar por "verdade" aquilo que lhe é conveniente, como vai agir como se as outras pessoas partilhassem de verdades paralelas. Justamente por isso, "verdade" é apenas uma posição de autoridade total sobre as preocupações de um, independente de sua forma ou constituição. É qualidade, qualidade humanizada de qualquer objeto.

Em nossa consciência, até uma mentira óbvia pode adquirir valor de verdade. Ela classifica-se como verdade até um nível de conveniência. É nessa relação de interesses individuais em classificar a realidade num propósito de efeito que o ser humano despreocupa-se com a verdade factual. Ele se move em direção a seu próprio espírito, sua própria abordagem das coisas e como elas provocam mudanças em espíritos alheios.

Não se enganem, qualquer manifestação humana em prol da perpetuação de valores justos ou corretos é uma tentativa de influenciar a realidade humana. São movimentos de peças de xadrez, na intenção de abrir caminho na sua mente para novas certezas. Não questione a validade de tais enquanto não valer a pena. E quando for conveniente à sua vaidade, faça-o contra a realidade formalizada entre os seus.

2 comentários:

  1. Já dizia o célebre antropólogo Clifford Geertz q a sociologia do conhecimento seria melhor denominada como "sociologia da interpretação", ou coisa q o valha.

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