segunda-feira, junho 24, 2013

Foram 8 dias vendendo feijão na entrada do RU.


Lauro Matei, pró-reitor da PRAE (facebook.com/lauro.mattei) disse "se vocês não pararem de vender feijão vou mandar a vigilância sanitária".
Mas o os outros ambulantes? Por que é a venda do feijão a única que incomoda? Diz Lauro que é "porque as pessoas entram com o feijão e podem levar contaminantes para a comida, enquanto os outros vendem na saída". Hmmm... sei...

Mas o Lauro tava bravo mesmo era com as repostagens, a mídia. Ficou todo vermelho e esbravejou quando disse que viu LÁ DO RIO DE JANEIRO, no jornal. Disse também que nem tava sabendo de nada (sobre a venda do feijão). Ainda tentou dizer que os desinformados éramos nós, que não sabíamos das burocracias da panela do RU. Mas também, no site do Ru só saiu sobre o retorno do feijão dia 19 (quarta-feira), e a gente já tava vendendo desde dia 13 (semana anterior). Notícia antes disso só dia 22 de MAIO, avisando que não ia ter feijão (nem lentilha), sendo que o serviço já vinha sendo uma porcaria desde o dia do acidente (13 de maio).

 O alvoroço não seria tão grande se tivéssemos evitado as entrevistas. Bom, ao menos entendi que é melhor não falar com jornal nenhum. A revolução não será televisionada.

sexta-feira, dezembro 31, 2010

Guerra contra homofobia

Bianca era uma garota com poucas amizades. Ela não tinha um comprotamento parecido com a maioria, mas se sentia normal, nunca se achou estranha. Cabelo, maquiagem, roupa... tudo ela escolhia sozinha, adiquiriu uma independência que poucos jovens de 14 anos conseguem, graças à educação que recebe no seu colégio, que é público mas fazia um ótimo trabalho.
Recebeu, como todos seus colegas da escola, quando tinha 10 anos, o kit "combate à homofobia". Aprendeu na escola tudo o que era certo sobre como se comportar como um homossexual e mostrou aos seus pais. Exigia, assim, ser tratado como uma menina pois é o que ele escolheu ser. É minha natureza - ela/ele dizia - quero ser mulher.

Bianca encontrava apoio no grupo de amigos GLBTS que convivia na escola. Discutiam como se comportar para serem homossexuais, trocavam experiências, planejavam o dia em que todos se veriam livres (aqueles que tinha problemas com isso) da família que os reprimia. Perdeu a virgindade cedo, 12 anos, só poucos amigos sabiam; costumavam transar entre si quando brincavam. A escola fazia-o sentir segura em descobrir sua sexualidade do jeito que queria, sem precisar ter medo do preconceito. Descobriu-se passiva, nunca teve vontade de ser a parte ativa. "Não é que eu não faria, é que não fico excitada com isso, prefiro dar... hahahah" ria-se com os/as amigos/amigas. O projeto do governo ajudou Bianca a se sentir parte da sociedade. Antes ele tinha vergonha de paquerar outros garotos por medo que descobrissem, mas ultimamente olhava pra todos garotos que achava atraente. Buscava em todos aquilo que vivia escondido nela: o seu lado feminino, a homossexualidade que ela aprendeu ser natural e normal. Queria uma sociedade livre e sem preconceitos.

Uma vez, voltando meio tarde pra casa, foi paquerada no meio na rua por um garoto que parecia ter uns 16/17 anos, "e ele nem parece gay, que demais!". Ele deu um aceno com a cabeça chamando bianca para um local meio escuro no parque, onde ele estava sentado, já com a mão no pau que parecia duro. Bianca excitada arrumou seu decote de meias, o cabelo, a saia, enquanto seguia para encontrar-se com o rapaz. Ele trajava uma jaqueta jeans desbotada, coturnos de cadarços brancos e sempre mantinha o sorriso enquanto bianca se aproximava. Ao se encontrarem, antes mesmo de se cumprimentarem, o garoto a pegou pelo cabelo com força, arrancando uma grande parte dos fios. O solado de borracha no seu rosto já não a deixava tão excitada. Em cada pontapé que tomava, Bianca sentia-se sua mãe e lembrava das noites que ouvia ela apanhar por não querer transar com seu pai. Morreu pensando "homens, não sabem amar".
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Não existe nenhuma forma correta de comportamento, existem as maneiras pessoais e não impostas.



Voyeur



          Entrou no quarto só de calcinha e pantufas, as mesmas que usa desde sempre. O cabelo comprido esconde quase tudo que sobrou da sua nudez, não que ela se importasse, mas ao ver-se assim no espelho, achou sensual “esse mistério”, pensou enquanto puxava devagar o cabelo revelando um dos seus seios, já excitados para a surpresa dela. Seu pulmão encheu, não imaginava que ficaria tão excitada por isso.
          Viu a cortina um pouco aberta apenas, não conseguia ver no lado de fora nenhuma janela acesa, mas imaginava que seu vizinho poderia estar olhando, pensava isso enquanto arranhava seu corpo. Sua mente esvaziou com um suspiro ao tocar a unha na calcinha. Esbarrou na cadeira, precisava sentar.
          Tampou com a mão direita o seio ainda coberto enquanto olhava a cortina. “Só um”, preocupava-se em não ficar mais nua que já estava, mas não conseguiu sair da frente da janela. Envergonhada e muda na cadeira, mordeu o dedo enquanto procurava o sexo em sua língua. “Já me viram”. Seu corpo parecia ansioso pela saliva, deliciava-se com o próprio receio. Conseguia manter-se incerta sobre quando transformaria sua vontade em gozo. Gemeu enquanto sua mão deslizava sentindo seu queixo, pescoço, seio. “Foda-se”.
          Ser vista a fazia sentir medo, era excitante. Olhava para a rua com o pouco esforço que fazia para abrir os olhos, enquanto molhava-se o corpo com os dedos procurando alguém que a espiasse.


imagem: http://bartoszl.com/

terça-feira, dezembro 14, 2010

É melhor dizer "acho que estraguei" do que estragar de vez.

            Antes queríamos o futuro, saber até onde o progresso irá evoluir. Hoje aprendemos a ter menos pressa e viver o presente intensamente e já estamos quase deixando de pensar no futuro.No entanto, muitas pessoas hoje querem viver o passado. O sentimento de que o mundo está sufocado, nos sentimos sufocados por aquilo que nos cerca. O Apocalipse, 2012, 3º Guerra... muitas diferentes crenças levam à mesma previsão sobre o futuro.
            Crianças querendo crescer, jovens querendo viver o último dia todo dia e adultos pesquisando sobre a máquina do tempo, sozinhos em suas antigas idéias de crescer, guardando até mesmo seus restos mortais em potes trancafiados na esperança da promessa de dias melhores.

terça-feira, novembro 23, 2010

Quero uma mulher vagabunda


 Desculpe-me aquelas que são apaixonadas por mim, sou tão apaixonado quanto vocês, mas eu sou muito preguiçoso.
Nem se preocupem. Adoro todos os seus charmes e sim, percebi a maioria das vezes que levei uma cantada, mas, sério, eu sou muito preguiçoso. E se você ficar me confrontando, eu vou desistir. Não tenho mais ânimo de comprar as suas brigas, quero só conversar, e acho que por isso me tornei um grande parceiro da paciência.
E eu tenho esperado, nossa, como tenho! Não que eu esteja reclamando, sei que é problema meu a minha solidão e falsa felicidade por estar saindo com mulheres fáceis, mas é que eu realmente sou preguiçoso. Não sei se elas perceberam isso, mas não adianta lutar contra mim, eu vou sempre perder e não vai ter graça. Ao invés de jogar me divirto com elas enquanto espero que vocês façam alguma coisa. Não tenho mais atitude, estou frouxo, broxa, bicha... o que for.
Trepar dá muito trabalho. Eu achava que era só tirar a roupa e ficar ali se chupando e se metendo, que nem em filme pornô. Sempre achei delicioso, na cama, cheio de cobertas, uma preguiça só. Depois era só dormir. Já consegui perceber pelo menos que sexo de filme pornô é mentira, mas ainda curto a viagem de que “trepar é tão fácil como no filme”, fico fantasiando isso quando assisto, pensando em vocês. No meu imaginar vocês são loucas por mim e me desejam, me agarram e eu nem preciso comer vocês, transamos juntos que é mais cômodo. Esse comodismo de certa maneira me enfraquece e acho que é frescura minha não trepar por preguiça. Ainda bem que existem mulheres que gostam de dar e não se esforçam em me impedir. Deixam as coisas fluírem, devem ser preguiçosas e acabam dando por preguiça, acho sábio.
Da mesma maneira, com esforço alheio também me deixo ser conquistado. Oposição eu não faço contra a minha vontade, mas também não me movo a favor tão fortemente. Por isso acho totalmente satisfatório ser agarrado. E não adianta vir com a desculpa de que eu não ajudo porque eu não ajudo mesmo, mas como sou uma pessoa realmente vadia, não faço nada pra impedir. Aliás, sou muito fácil, não sei como vocês não me pegaram ainda.
Não fiquem aí viajando não, um dia vão ficar sem.

segunda-feira, novembro 15, 2010

Política é realmente uma piada.


Você prefere o socialismo ou o capitalismo? Qual dos dois é melhor? Qual o seu partido? Em quem você vai votar?

Nada disso faz sentido, um dia éramos crianças e sabíamos disso. Mas hoje sentimos essa vontade de nos politizarmos como se política fosse algo realmente importante, ou necessário.

Aceitar a política é o absurdo de aceitar que você não sabe se cuidar sozinho e precisa aceitar formas de ser governado. A maioria das pessoas que vivem em algum regime político nem cogita a hipótese de se eleger num cargo, então, de início é um aceite em ser governado. Outra parcela também absurdamente grande não conhece nada ou conhece apenas porcamente as leis que nos governam e nem sabem o que tem direito de fazer; para não sofrerem punição evitam fazer coisas que querem "mas não sabem se podem".

Aceitar a política é aceitar a "centralização das mortes para controle populacional". Convenhamos: Se ninguém morresse, do jeito que nasce pessoas, não estaríamos suportando. Onde estão os maiores índices de mortalidade? Qual a classe de pessoas que mais morre, vive menos... Coincidência ou hierarquia? Quem são os beneficiados e quem são as maiorias? Quantos generais existem num exército e quantos soldados já venceram uma guerra?
Anarquismo
Isso soa engraçado, não?

Aceitar a política é aceitar que todos somos iguais e respeitar nossa diferenças, afinal, existem leis que nos fazem iguais e leis que nos diferenciam.

Não aceite a política.

segunda-feira, outubro 11, 2010

Novelas, seriados, populices e pessoas

O mundo atual é bem vazio de emoções. Tudo está planejado, seja feita a vossa vontade, essas coisas. E fica no ar aquela sensação de que tudo vai acabar bem, com um final feliz e um sentido.
As pessoas são poupadas de pensar porque já está tudo planejado "ao gosto delas", então não há a necessidade de se desenvolver, apenas utilizar, ah, reduzir, reutilizar, reciclar também está na moda, como se meus saquinho de picolé na praia fossem algo comparado ao petróleo no golfo ou como se o problema não tivesse solução. Obviamente tem solução, é só preciso pensar um pouco. Mas enquanto isso poupe 5L de água fechando sua torneira ao escovar os dentes.

Mas as pessoas têm vontade de aprender, mesmo os que não confiam nas suas capacidades ou aqueles quem queira-se considerar "burro", ou os que nem pensam (fetos? recém nascidos?) já sentem e gostam de sentir... Ao menos é o que dizem por aí. Por isso a mídia é tão importante; ela diz tudo que você precisa saber, bem resumidinho e explicadinho, repetido várias vezes ao longo do dia, caso você não tenha entendido. E até tem uns programinhas "que nem precisa pensar muito" só pra rir mesmo. Melhor do que ficar sem fazer nada, né? Aquele silêncio chato...



Essa novelas, seriados e outras coisas feitas para "darem audiência" seguram as pessoas pela curiosidade e sorrisos fáceis. Ele sabe disso, é um cara esperto, por isso sempre encontra "seu programa favorito".
Olavo é daqueles que adora ver séries, filmes. Não vê muita televisão porque pega tudo pirata na internet mesmo, "bem mais fácil - ele diz, com um largo sorriso - televisão é pra gente burra, novela, essas coisas. Prefiro ver só o que eu gosto, hehehe". Amigo de muita gente devido sua alegria constante. Sabe todas as piadinhas do youtube, é muito engraçado, não tem como ficar sem sorrir ao lado dele. Aqueles caras com que você não fica sem assunto, sabe, troca umas idéias mais sérias também. Notícias, esportes, música. Até de novela ele sabe algo, afinal, só parar 10 minutos por semana no sofá que já entende a novela toda.
Olavo usa todo seu tempo aproveitando sua vida. Claro que ele, trabalha, etc etc, garantir o pão, mas fora isso tá sempre aproveitando a vida. Até fuma uma maconhazinha de vez em quando, tipo, naqueles feriadões, quando vai pra praia. Sempre tem um amigo maconheiro, aê ele entra na roda. Ele não se importa, não é um cara de vícios, sabe fazer suas escolhas na vida. O importante é não ficar sem fazer nada.
Ir ao psicólogo as vezes é bom, uma vez já até tomou um daqueles remédio quando foi ao psiquiatra, mas foi só aquela vez, que tava cheio de problemas e tomou usn remédios, normais, não tem muito do que reclamar. Ultimamente só tem ido ao médico normal mesmo. "Corpo são, mente sã" - brinca ele. Mas na verdade nem se importa muito com isso.
Ele se dá 3 meses de férias por ano, chefe pode essas coisas. Tá namorando uma hippie safadona e ela nem dá bola pro dinheiro dele, ao menos é o que ela diz, mas adora sair pra dançar, beber, enfim, ele nem dá bola, ela é gente boa mesmo e dinheiro é pra gastar. Olavo sabe tudo isso, é um cara bem ligado, por isso teve tanto sucesso.
Olavo saiu de férias pra casa de campo de Odara. "Casa de campo". É só um sitiozinho sem muita coisa, da vó dela ou coisa assim. Quando ele não tava comendo ela, até na grama porque aquilo é realmente vazio, as vezes dava um banda. Não tinha internet, televisão, só pega AM. Saía pra filosofar e começou a pensar sobre as coisas importantes da vida, sobre o que importava pra ele. Viu que não se importava com muita coisa, na verdade quase nada, no máximo se começasse a atrapalhar sua vida (o que é muito difícil na sua posição). Sentiu-se tão bem com esse desapego, mesmo tendo muito dinheiro e sendo visto como "superior" por seus empregados, afinal, conquistou tudo com 26 anos e agora já com 28 as coisas continuam estáveis. "Me senti quase tão feliz como naquela vez que tomei cogumelo contigo, simplesmente não me importo com nada! Só vim pra cá porque tava sem nada pra fazer e queria te falar isso." - disse para Odara. Ela achou divertido e ficou contente, porque estava se sentindo assim mas nem ligava, só que ficou quieta, deu um sorriso e um beijo no pescoço dele - "Andas fumando muita maconha, né?" - ela disse, porque sabe que Olavo ainda tem muito o que aprender sobre não fazer nada.




Ficamos nos enchendo de informações como se precisássemos estar sempre informados. Não reservamos tempo para apenas sentirmos as coisas, fechar os olhos e não se importar com nada. Não estou ignorando a importância da informação, mas refletir é preciso. Engana-se aquele que acha que aprendeu tudo e frustra-se aquele que o tenta. O prazer do conhecimento é saber contemplar aquilo que já se sabe e não se importar em saber por saber, mas apenas para suprir sua curiosidade. Achamos que devemos saber o porquê de tudo, estar consciente a todo instante. Saber o nome das pessoas que conversamos, definir aquilo que sentimos e as notícias sobre lugares que nunca fui nem irei.

Existem coisas que não tem um significado e/ou não serão explicadas. Apenas liberam sensações e nós que resolvemos dar sentido; rir ou fazer qualquer perturbação pra "quebrar o silêncio”.
Resgatar o prazer de como nos sentíamos quando crianças e não apenas lamentar a saudade de um dia "poder não se preocupar com nada". O tal do ócio, né?



Não dá pra ocupar o dia inteiro, se programar demais e ter tudo organizado. Tem momentos que é importante "fazer qualquer coisa", no sentido de até não fazer nada, ficar sentado, parado, olhando, pensando, contemplando, viajando. Não precisamos preencher todos os nossos momentos com coisas pra fazer se já podemos sentir o suficiente pra sermos felizes. Veja o vídeo de novo, mas só viajando nos sentidos, sem palavras, que é como os bebês o vêem.